Para quem não sabe, a profissão de tarotista ou taróloga/o é uma atividade legal reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego

A profissão consta desde 2002 no Código Brasileiro de Ocupações dentre as atividades "esotéricas e paranormais", na categoria 5168-05, que inclui:

Analista kirlian, Cartomante, Cristalomante, Frenólogo, Leitor de oráculos, Quirólogo, Quiromante, Radioestesista, Rumenal, Tarólogo, Vidente

A profissão de tarólogo está incluída nesta atividade "esotérica e paranormal" por conta das codificações promovidas pela OIT - Organização Internacional do Trabalho que, em sua Classificação Internacional Uniforme de Ocupações, reconhece nossa classe sob o código 5152: fortune-teller

Particularmente (opinião comungada por vários colegas), esta codificação que coloca tarólogos e outros intérpretes de símbolos na categoria de "esotéricos e paranormais" não está muito correta. Afinal, não é preciso ser paranormal nem esotérico para ser tarólogo.

Mesmo que, neste código de ocupações, a profissão esteja vinculada mais a esotéricos e paranormais do que a terapeutas/intérpretes que usam desta ferramenta como apoio fenomenológico ou simbólico (ambos os espectros se justapõe muitas vezes), temos ainda assim um Código de Ética que funciona como balisador do nosso trabalho.


Código de Ética do Tarô

No Brasil, usamos a versão em português do "Código Ético del Tarot", redigido pela Escola Mariló Casals e pela Escola Lemat. Este original foi apresentado no 2° Congresso de Tarô realizado em Barcelona (Espanha) no dia 9 de março de 2013. A autorização para o nosso código em português aconteceu dois anos após, em fevereiro de 2015.



DECÁLOGO DE COMPROMISSOS ÉTICOS


NÓS ORIENTAMOS, OS CLIENTES DECIDEM:

Acreditamos no livre-arbítrio. As cartas indicam, mas não determinam. Quando interpretamos um jogo de Tarô, o que vemos é como a situação se apresenta no momento presente e para onde ela se encaminha. A partir deste ponto, é o consulente que escolhe seguir este fluxo ou traçar outra rota.

Informamos as opções, não tomamos as decisões. Diante de qualquer decisão do consulente, pontuamos as diferentes possibilidades, mas cabe à pessoa decidir para onde deseja ir, como e quando. E, sim, devemos antecipar o que pode ser encontrado em cada um dos caminhos.

Respeitamos as diferentes formas de pensar e de fazer as coisas. Não julgamos. Em nenhum caso se deve emitir julgamentos internos ou externos para o consulente. Todo mundo tem suas razões e ninguém é melhor ou pior por isso. Nós não sabemos como iríamos agir nas mesmas circunstâncias e com a experiência que o outro possui.

Nós ajudamos o consulente a descobrir e desenvolver ao máximo os seus potenciais. Oráculos são ferramentas que podem ajudar e orientar os outros muito bem nesse sentido. É uma maneira de incentivar o potencial e os recursos que todos nós temos e, muitas vezes, não reconhecemos ou não estão conscientes. Quando vemos uma oportunidade em qualquer campo de experiência (trabalho, sentimentos, dinheiro, crescimento pessoal etc.), orientamos o consulente para que ele se beneficie plenamente.

Nós detectamos possíveis dificuldades e buscamos soluções de evitá-las e/ou superá-las. Quando vemos uma dificuldade, seja ela qual for, grande ou pequena, sempre orientamos o consulente de forma positiva, sem assustar. Veremos, através das cartas, como superar ou evitar as situações mais complexas e, se não for possível, descobriremos qual é a maneira mais suave e qual o aprendizado necessário para concluir o processo da melhor forma possível. Nós nunca seremos deterministas ou negativos, pois isso iria perturbar ainda mais o consulente e piorar a situação. É nossa atribuição ajudar o consulente a ver outras opções e possibilidades.

Utilizaremos sempre uma linguagem clara e adequada. É muito importante o uso de uma linguagem que seja compreendida por quem ouve, concreta, sem abstrações ou ausência de foco. Também devemos evitar as expressões técnicas (como as oriundas da astrologia ou de outros conhecimentos).


CONFIDENCIALIDADE:

Tratamos com confidencialidade todas informações que surgem em um atendimento, tanto as que recebemos do consulente quanto as orientações do jogo. A pessoa que nos procura merece privacidade com relação a tudo o que venha a ser discutido. Sempre adotamos sigilo profissional.

Não utilizamos de qualquer forma, direta ou indiretamente, as informações de uma consulta para ganho pessoal.



RESPONSABILIDADE:

Somente as ações e decisões do consulente podem mudar o seu futuro. A única coisa que podemos fazer (e devemos fazer da melhor forma possível) é orientar. A última palavra é a do consulente com relação ao seu trabalho pessoal. Portanto, nunca interviremos, de maneira alguma, para modificar o seu futuro, seja com magia ou lhe dizendo o que fazer.

Teremos um preço previamente estabelecido, definindo o serviço que será realizado. O valor deve considerar a duração da consulta, além da habilidade e experiência comprovada do profissional. Informaremos claramente as características do serviço oferecido em nosso material de divulgação, a duração da consulta, o seu valor e se algo a mais é oferecido, como a gravação do atendimento.


RECOMENDAÇÕES PARA O BOM USO PRÁTICO DO TARÔ


ESCLARECIMENTOS E RECOMENDAÇÕES PARA O CONSULENTE:

É conveniente esclarecer que somos intérpretes do Tarô e não videntes. As cartas refletem a situação proposta (através da sincronicidade) e a evolução desta situação. O Tarô e a vidência são dois campos distintos, ainda que possam coexistir. Nós não “vemos”, mas “interpretamos” as cartas.

Devemos colocar as perguntas de forma clara. Devemos saber que o Tarô é um oráculo e quanto mais concreta for a pergunta, melhor. Quanto mais clara a pergunta, tanto mais clara será a resposta.

Quando alguém nos pergunta sobre tempo, devemos saber que no inconsciente não há tempo, pois é igual ao mundo dos sonhos, onde se vivem acontecimentos sem sabermos em que época eles acontecem. O Tarô marca eventos, não datas.

O futuro é consequência de nossos atos, ainda que sejamos condicionados, sim, pelo país onde nascemos, a raça, a família etc. O Tarô nos ajuda a compreender nosso presente, para criarmos nosso próprio futuro.

Graças ao Tarô podemos identificar os fatores que afetam o destino do consulente, ou seja, as lições que ele precisa realizar ao longo de sua vida. O futuro (ou seja, as ações concretas através das quais se realiza este aprendizado) é definido por cada um com o seu livre arbítrio.

O Tarô não foi criado para responder a perguntas como: “Vou ganhar na loteria?”, “Quando morrerá tal pessoa?”, “ Quantos anos viverei?”. Ele é, antes, uma ferramenta que permite vislumbrar novas e/ou diferentes possibilidades.

Quem realmente leva o consulente a optar pelas cartas é seu próprio inconsciente, escolhendo as lâminas que lhe podem oferecer mais ajuda naquele momento e dando a resposta e/ou o conselho que ele realmente necessita, mesmo que não seja o que ele espera ouvir. O Tarô responde, em primeiro lugar, ao consulente.


ESCLARECIMENTOS E RECOMENDAÇÕES PARA O TAROTISTA


A primeira motivação do tarólogo deve ser a de prestar um serviço através do Tarô e não usá-lo exclusiva ou prioritariamente como uma forma de ganhar dinheiro. Ainda assim, é necessário ter uma retribuição pelas consultas, pois investimos nosso tempo e preparação para isso.

É imprescindível lembrar o consulente que ele não deve temer o que aparecer na sua tiragem, já que as cartas são os instrumentos através dos quais ele irá corrigir e melhorar sua vida – assim como das pessoas próximas a ele. Devemos fazer com que ele entenda não há cartas “boas” e “más”, apenas cartas que expressam estados interiores. O conceito de bem e mal é apenas uma crença mental baseada em nossos próprios julgamentos pessoais da realidade. O que para uma pessoa pode ser algo bom, para outra pode não ser – e vice-versa.

É importantíssimo enfatizar sempre que se pode mudar o futuro. Daremos sempre esperança ao consulente e o ajudaremos a ver o lado positivo de cada situação.

Nas perguntas sobre relacionamentos afetivos, em vez de falar sobre traições, infidelidades ou colocar a culpa em outras pessoas, nos concentraremos em ver o que não funciona na relação e se isso tem solução.

Não devemos diagnosticar doenças com o Tarô, pois isso fica a cargo exclusivo dos médicos. Se o consulente perguntar sobre saúde, nós o encaminharemos ao médico, caso o Tarô avise sobre algum problema. O consulente deve procurar um especialista para que este possa tratá-lo da forma mais rápida, seja com a medicina tradicional ou alternativa.

Se o consulente pergunta por uma terceira pessoa, não devemos realizar a consulta sem a permissão da mesma. Podemos, sim, perguntar acerca da relação do consulente com ela e como suas ações o afetam, seja de forma direta ou indireta.

Devemos ensinar ao consulente que nem sempre seus problemas resultam de magia negra, já que, na maioria das ocasiões, o que nos acontece é produzido por nós mesmos. Temos tendência a jogar a culpa aos outros por situações criadas por nós mesmos. Tarô e magia são conceitos distintos.

Ficarão expressamente fora de nosso trabalho atos tais como: realizar trabalhos para separar um casal, para prejudicar alguém, para conseguir o amor de uma pessoa, para fazer com que a outra pessoa mude etc. Em todo caso, pediremos ajuda ao seu Ser Superior para que lhe dê luz e compreensão e lhe desperte o amor.

Dignificaremos nosso trabalho em todos os âmbitos e nos esforçaremos para passar uma boa imagem. Sempre que seja necessário, defenderemos nosso trabalho, ensinando, com nosso exercício diário, nos âmbitos privado e público. Defenderemos nosso trabalho diante de afirmações injustas, difamações e ataques baseados em informações inúteis.
 


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Serviço:

Código de Ética do Tarot na íntegra: CLIQUE AQUI.
Página Oficial do Código em espanhol – http://www.eticaytarot.com/